Vivam as instituições!!!

Para a maioria de nós ser multado pela polícia de trânsito é algo desagradável e capaz de estragar o dia. Em Angola, pelo contrário, pode, em certas situações, ser a salvação do fim-de-semana!!! Olhemos para a seguinte situação. O título de registo de propriedade provisório de um dos veículos que nos transportaria até Malange caducou no dia antes da viagem. Ninguém se apercebeu a tempo de pedir a sua renovação e foi necessário encontrar uma solução alternativa. A solução proposta foi oferecer uma “gasosa” a um polícia de trânsito para multar o condutor do veículo e mencionar a apreensão do documento em falta por a coima não ter sido paga de imediato. A multa substituiria o documento possibilitando a circulação dentro da lei. A reacção à proposta foi de espanto generalizado. Espanto esse, que foi aumentando à medida que várias pessoas confirmavam a viabilidade do esquema. No final, e com recurso às instituições “gasosa” e “multa com apreensão de documentos” viajámos dentro do estrito cumprimento da lei. Vivam as instituições!!!

A excelência das paisagens

Um dos encantos de viajar em Angola é a diversidade e a riqueza das paisagens. No mesmo dia passámos por uma floresta tropical, por uma extensa planície de savana e por um conjunto montanhoso. Há muito para ver neste país.

As pedras negras de Pungo Andongo

No meio da savana africana qualquer formação rochosa se destaca com alguma facilidade. Mas as pedras negras de Pungo Andongo vão muito para além de uma formação rochosa. São magníficas pela dimensão colossal, pelas formas que assumem, pelo eco que provocam e pela paisagem que desenham. Pungo Andongo é o nome da pequena aldeia que fica no meio destas montanhas. Tem uma construção estilo colonial e está bem conservada, aqui parece que o tempo parou. É um sitio que transmite uma serenidade imensa.

As duas faces de Malange

Sendo a expedição a Malange algum espaço deve ser reservado à cidade. Esta pode dizer-se que tem duas faces. Uma lavada e bem arranjada onde parece que não houve guerra ou existe pobreza. E outra destruída, suja e bastante pobre. Contudo é fácil de imaginar a qualidade de vida que terá em tempos proporcionado. Existem muitas ruas cheias de árvores e vivendas, espaços verdes e equipamentos desportivos. Com a melhoria das vias de acesso e o consequente retomar da economia talvez possa volta a recuperar na sua plenitude.

O amigo, do amigo da Regina

Uma das maiores surpresas ao chegar a Malange foi a qualidade do hotel onde ficámos. O Palácio Regina é um hotel renovado, com excelentes condições para os standards locais. Naturalmente que para ganhar o seu lugar na blogosfera tinha de ter uma história. Foi por causa dele, o hotel, que viemos parar a Malange. Durante os preparativos várias opções estiveram em cima da mesa e Malange estava praticamente descartada. Havia uma convenção de Petrolíferas na cidade e os hotéis estavam cheios. Eis que não quando um presidente, ligou para um governador, que ligou para um amigo, que nos arranjou lugar no Palácio Regina. Com tanta compreensão e amabilidade estava decidido, o destino era Malange.

Os mercados

Os mercados de beira de estrada são um cenário frequente. Aqui se vende fruta, vegetais, peixe seco, carvão ou até sacos parar transportar os mantimentos. A nossa chegada gera logo um grande alvoroço e depois distribuídos alguns sorrisos e cumprimentos são as pessoas que nos pedem para as fotografar. Até um amigo com a camisola do FCP consegui encontrar. Quão diferente é a vida e a atitude das pessoas face ao que vemos em Luanda.

A alegria no óbito

À saída de Kalandula uma paragem para tirar fotografia ao pôr-do-sol tornou-se num dos momentos da viagem. Pela estrada vinha um grupo de habitantes locais bastante bem dispostos e que logo se disponibilizaram para tirar fotografias com o grupo. Quando começamos a falar disseram-nos que vinham de um óbito (velório). Aqui as pessoas também vestem roupa formal para o óbito mas ao contrário do que estamos habituados aqui existe alegria. O Óbito é um convívio alegre onde existe comida e bebida durante vários dias.
Acabámos por dar boleia ao grupo até à sua aldeia, estou convencido de que se tivéssemos ficado mais um pouco à conversa certamente no teriam convidado para jantar e fazer uma festa. Assim é África.

As quedas de Kalandula

As quedas de kalandula (ex. quedas do Duque de Bragança) são uma das maravilhas naturais da província de Malange. O cenário é maravilhoso, com uma paisagem completamente natural à volta. Até o hotel que noutros tempos suportava à actividade turística já foi engolido pela densa floresta. As quedas em si são imponentes e cheias de energia. Vale bem a viagem. Na 1ª foto estão os consultores aventureiros, da esquerda para a direita, eu, o Pedro, o Nuno, a Andreia, o Pedro e o Luís.

Quem anda à chuva…

400 km em caminhos de cabras e um guia que constantemente nos lembrava que não estávamos a conduzir um turismo (carro ligeiro) resultou num dos incidentes mais comuns nestas estradas, pneu furado. Claro que 6 consultores há volta do carro resolveram o problema, não sem antes ser ligeiramente enxovalhados pelo nosso companheiro de viagem Angolano, bem mais batido nestas andanças.

As lavadeiras do Dondo

Primeira paragem, Dondo, cidadezinha de beira de estrada, destruída e bastante pobre. Contudo não desprovida de encanto e beleza. É feriado, são 7h30m da manhã e a cidade está cheia de vida. As mulheres juntam-se para lavar a roupa no rio e o ambiente é bastante animado. As cores vivas e os sorrisos das lavadeiras enchem o cenário de energia.

Caminhos acidentados

Luanda a Malange é um percurso de aproximadamente 400 km que se faz com alguma dificuldade em 8 horas de viagem. O terreno é acidentado e vai fazendo as suas vítimas. São inúmeros os camiões que se encontram voltados na estrada. Depois de fazer este caminho, o principal que liga Malange a Luanda, é fácil entender porque razão tanta riqueza agrícola está deixada ao abandono. O transporte de mercadorias é uma aventura ainda maior do que a nossa.

On the way to Malange

Malange é uma província no centro de Angola, rica em potencial agrícola e em beleza natural. É este o destino da minha primeira aventura no interior de Angola. À partida esperava-nos uma viagem longa e quando o sol nasceu já estávamos a caminho. Claro, como jovens cheios de energia, duas horas antes ainda apreciávamos a animação da noite de Luanda. Nos próximos posts partilharei algumas das histórias e das paisagens fantásticas desta expedição.