31/05/2007

Estranha natureza


Estranha natureza esta. O que aparenta ser um ramo de um qualquer arbusto é afinal um animal. Penso que se pode classificar como insecto gigante. Encontrei-o na praia em Cabo Ledo e tal era a estranheza do bicho que atraiu logo as atenções de meia praia. Houve logo quem dissesse que tinha asas e voava. Eu pessoalmente não vi.

Consultor sofre

A vida de um consultor ao fim-de-semana pode ser bastante dificil. Tem de levantar-se às 8 da manhã, apanhar 45 min de trânsito e apanhar o barco só para chegar ao Mussulo. Aí tem de dormir à sombra ou estar dentro de água devido ao calor, até para fazer as refeições!!!
O mussulo é uma lingua de terra paralela à costa a sul de Luanda que tem praias fantantásticas. Foi por aqui que andei no passado fim-de-semana.

Empresários em nome individual


A capacidade de arranjar negócio é assinalável neste país. Dada a falta de empregos as pessoas desenvolvem os seus próprios meios de sobrevivência. Venda ambulante no meio do trânsito, lavar carros na rua, transportar as compras à saida do supermercado, engraxar sapatos, tudo é forma de fazer negócio. Na foto estão dois empresários em nome individual na área da logística.

30/05/2007

Marketing "em lingua nacional"



A fotografia retrata o anúncio a um prestador de serviços de saúde que está pintado num muro que circunda um dos musseques junto a Luanda. De notar a subtileza de não se falar directamente dos serviços prestados, mas sim, utilizar uma mensagem em tom pedagógico e ilustrações para captar a atenção do cliente. A mensagem para além de explicar os sintomas da doença ainda tem o cuidade de ensinar a "lingua nacional".

Também se trabalha




Sim aqui também se trabalha. E começa cedo, tipicamente às 8 da manhã todas as pessoas estão a trabalhar. O Banco de Desenvolvimento de Angola é o actual local de trabalho. É um banco novo criado pelo estado. Gere Fundo Nacional de Desenvolvimento e tem como objectivo financiar o desenvolvimento económico e social do país.

29/05/2007

Sim, estou em África



Saindo de Luanda para sul, e depois de atravessar os 15 a 20 km de Musseque, descobre-se finalmente a paisagem da savana africana. Há grandes extensões de terra em que nada mais se vê do que a natureza selvagem deste fantástico continente. No próximo fim-de-semana está prevista uma visita ao interior do país, espero poder trazer mais bons exemplos da paisagem.

Presídio??


Quando se convidam os colegas para jantar em nossa casa recomendam as boas maneiras que se vá recebe-los à porta. Na minha casa isso ainda se torna mais importante. A semelhança entre a entrada de casa e a entrada de uma cela é notável e nada como fazer uma boa recepção para ajudar a quebrar o gelo.

28/05/2007

4 a 5 minutos…

… é a duração média da viagem desde a entrada do prédio até à porta de casa. Pelo meio ficam 13 andares e quase 300 degraus subidos a pé. A fantástica vista da minha varanda tem esse pequeno senão. Fica num 13º andar onde o elevador à muito deixou de funcionar. Ao fim de uma semana habituamo-nos à subida e o exercício serve para compensar a ausência do ginásio, onde não ponho os pés há um mês. Contudo, não deixa de ser algo que só neste contexto é possível. Jamais me imaginaria a subir 13 andares 2 a 3 vezes por dia em Portugal, aqui é tudo muito relativo. Mas como é da minha natureza dizer: “A vista compensa!!!”.

Luanda by night



A noite dá um outro encanto a uma paisagem já em si magnífica. A degradação dos edifícios, a sujidade das ruas, a pobreza dos transeuntes e o caos do trânsito dão lugar ao colorido das luzes e dos reflexos na água. Um cenário fantástico para um jantar, para um charuto e um whisky, para uma conversa ou somente para contemplar a paisagem.

Casa de ferreiro, espeto de pau!!!


Num país em que uma das maiores riquezas é o petróleo seria de imaginar que abastecer o carro fosse uma coisa simples e trivial. Pois não é. Ir à bomba de gasolina abastecer o depósito é, no mínimo, uma experiência demorada. As filas são enormes a qualquer hora do dia. E mesmo assim, para além da paciência, é necessário ter alguma sorte porque não raras vezes falta gasolina ou gasóleo.
Angola está longe de ser auto-suficiente na refinação de combustíveis e a distribuição dos combustíveis que importa está longe de ser eficaz.

Lagosta para o almoço



Comer lagosta numa esplanada à beira mar é um dos pequenos prazeres que contribui para tornar a experiência de viver em Angola mais interessante. Ir a Cabo Ledo fazer praia e comer uma lagosta para o almoço é uma paragem obrigatória numa estadia cá. O preço é sensivelmente o mesmo que se pagaria em Portugal, mas aqui, a lagosta custa o mesmo que comer um hamburger num bar de praia da moda.
Para um português a culinária é uma das maiores dificuldades na adaptação, em Angola isso não é um problema, há várias opções e com boa qualidade.

Candongueiro




Candongueiro é o nome dado ao transporte “público” cá do sítio. Estas carrinhas azuis e brancas são o único meio de transporte colectivo que existe em Luanda. Têm rotas razoavelmente definidas mas param em qualquer local onde haja clientes. São normalmente operadas pelo motorista (o candongueiro) e um angariador de clientes. O candongueiro é tipicamente o às do volante capaz de inventar faixas de trânsito onde elas não existem. A viagem custa 50 kwanzas (0,5 euros) que para o padrão de Luanda até é em conta.

16/05/2007

A little piece of eaven



No passado fim-de-semana fui à praia a Cabo Ledo. Fica a 130 km a sul de Luanda, e com o trânsito para sair e entrar dentro da cidade a viagem demora aproximadamente 3 horas. Contudo vale a pena a viagem, é um pequeno paraíso perdido no meio do nada. Um extenso areal, água azul turquesa e uma paisagem verdejante à volta fazem deste sitio um local fantástico.

A praia está quase deserta e pode desfrutar-se de um descanso onde só se ouve o barulho do mar. Há uns pequenos bungalows perto da praia onde é possível passar a noite. Provavelmente, merece um programa de fim-de-semana na próxima oportunidade.

O fiel amigo


O gerador é o incontornável companheiro. Aqui, todos os dias falta a luz, e é o gerador que ilumina na escuridão e preenche o silêncio da noite com um trabalhar descompassado.
Chegar a casa, abrir a porta, ligar o gerador e ligar a novamente a luz, sempre às escuras, é algo que se tornou parte da rotina diária.
Reaprendemos a viver, assumindo como garantido coisas diferentes. Se em Portugal assumo que do outro lado do interruptor está energia eléctrica, aqui tenho de assumir como garantido que todos os dias a luz vai faltar.

O Musseque


Ao redor e muitas vezes mesmo no interior de Luanda, o Musseque é a paisagem que domina. Pobre, destruído, sujo. Mas sempre cheio de vida, especialmente ao final do dia. Com a falta de Luz eléctrica as pessoas juntam-se junto à estrada principal ondem têm a luz do trânsito. Há sempre um fogueira, música, uma pequena festa!!!

08/05/2007

As pequenas diferenças...


Ao 11º dia o mosquiteiro chegou e o guerreiro descansou!!!

Hoje sinto-me um homem novo, pela primeira vez desde que cheguei consegui dormir mais do que 5 horas durante a noite. O calor, o barulho do trânsito, a luz que entra pela janela quando o sol nasce às 5h30m e os mosquitos, todos até hoje perturbaram o meu sono. Hoje tudo foi diferente com a adopção deste fantástico equipamento chamado mosquiteiro!!!

Esta é uma das pequenas diferenças que fazem parte do viver em África. E, de pequena diferença em pequena diferença se vai criando uma vida nova.

07/05/2007

Pôr-do-sol na minha varanda


Esta é uma primeira amostra do pôr-do-sol em África. Prometo outras de melhor qualidade de seguiram quando a minha fiel companheira (máquina fotográfica) se juntar a mim na próxima ida a Portugal.

A vista que eu sempre quis!!!


A baia vista da minha varranda é arrebatadora. Daqui é fácil esquecer tudo o que está à volta e imaginar a grandiosa cidade que Luanda já terá sido. Na marginal tudo parece arranjado e o imenso espelho de àgua que é a baia dá tranquilidade a tudo isto.

Era uma vista assim que me faria mudar de casa. Poder levantar-me de manhã e esperguiçar-me a olhar para a paisagem, tomar um gin tónico ao final da tarde a ver o pôr-do-sol, jantar na varanda nas noites mais quentes (que por acaso aqui são todas, hoje li que a temperatura em Luanda nunca baixa dos 18ºC), fumar o belo havano e beber um bom whisky sentado na cadeira de baloço da varanda. E podia continuar, é fácil dar largas à imaginação com esta vista.

Nasceu mais um blog

8º 48' 18.99'' Sul e 13º 14' 26.78'' Este são as coordenadas. É a partir de Luanda - Angola que começo a partilhar as minhas viagens no cyber espaço com as aventuras e desventuras próprias de quem quer conhecer um mundo diferente.